A obra, que já havia sido adjudicada no final do mandato do executivo de Mário Alves, começou recentemente a ser executada, mas não são poucos os que se têm questionado sobre os critérios adoptados ao nível do alargamento daquela estrada de ligação a um dos principais ex-líbris do concelho de Oliveira do Hospital – o santuário de Nossa Senhora das Preces.
O tema tem sido bastante debatido nos fóruns de discussão online do correiodabeiraserra.com e, fundamentalmente, o cerne da polémica parece centrar-se ao nível de algumas zonas do traçado da estrada, que apesar de alegadas marcações – feitas através da colocação das tradicionais estacas –, não sofreram qualquer alargamento.
“Se a obra não for feita como deve ser agora, nem daqui a cinquenta anos o será, ficando aleijada para toda a vida. Será que os terrenos que confinam com a dita estrada do Cimo da Ribeira para Aldeia das Dez são de ouro e os terrenos do Goulinho e Vale de Maceira de carvão?”, questiona-se um munícipe através de um e-mail enviado à redacção deste diário digital, e no qual solicita uma investigação jornalística do CBS à obra em causa.
Presidente da Câmara poderá solicitar intervenção de empresa de fiscalização
O assunto foi hoje levado à reunião pública do executivo camarário pelo próprio presidente da Câmara, que deu conta de uma reunião com um conjunto de munícipes de Aldeia das Dez, e na qual foram feitas várias críticas a situações relacionadas com a obra adjudicada pelo seu antecessor. “O projecto que foi lançado e adjudicado é aquele que está a ser cumprido”, referiu José Carlos Alexandrino, sublinhando ainda que naquela reunião fez questão de solicitar a presença de um engenheiro dos serviços técnicos, Manuel Cruz, para prestar esclarecimentos sobre a obra.
Ressalvando a “confiança” que tem “nos serviços técnicos” o autarca do PS reconheceu no entanto que o assunto é polémico, e não deixou de esclarecer que “por causa das dúvidas” já pediu um orçamento a uma empresa de fiscalização para, eventualmente, poder ir ao terreno verificar se – como se diz na gíria – “bate a bota com a perdigota”.
Ex-presidente da Câmara desvaloriza a polémica
Quem não perdeu tempo a desvalorizar a polémica foi o vereador do PSD, Mário Alves, ao sentenciar que “diz a experiência que nós temos em cada munícipe um engenheiro e um arquitecto”.
Considerando que a execução daquela obra municipal “representa essa situação”, Alves sustentou que a Câmara, a que até há bem pouco tempo presidiu, já “teve esses problemas”, por exemplo, na construção da estrada entre a Ponte das Três Entradas e Aldeia das Dez.
“Há muita gente que queria lá uma estrada igual à EN 17”, disse ainda aquele vereador da oposição, sublinhando que o que está em causa “é uma estrada com fins turísticos”.