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Presidente da Assembleia Municipal critica postura do seu vice-presidente na Caixa de Crédito de Oliveira do Hospital

 

Os presidentes cessantes do conselho de administração e do conselho fiscal da CCAM – Carlos Vieira Mendes e José Vitorino, respectivamente – estiveram ontem debaixo de fogo cruzado numa assembleia-geral daquela instituição financeira, que terminou por volta da 1h30 da madrugada.

Depois de terem procedido à aprovação das contas do exercício de 2009 apresentadas pelo conselho de administração – foram aprovadas por unanimidade –, os ânimos exaltaram-se quando alguns sócios da CCAM quiseram saber as razões que terão motivado Carlos Mendes e José Vitorino a pedir – poucos dias antes das eleições, realizadas dia 26 de Fevereiro – a intervenção “urgente” da Caixa Central na CCAM.

António Lopes – actualmente o principal cliente daquela entidade bancária, tanto em volume de depósitos como em termos de crédito –, não poupou o presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito, em virtude de Carlos Mendes se ter recusado a divulgar aos órgãos sociais da CCAM e aos seus associados o teor da carta em que é requerida a intervenção da Caixa Central.

Depois de ter ouvido da boca do presidente da assembleia-geral, António Vaz Patto, que na CCAM ninguém tem “conhecimento do teor da carta”, Lopes foi persistente ao insistir na tecla de que a Assembleia deveria saber as razões que motivaram aquela polémica decisão, até porque – como o próprio referiu –, afinal, a instituição apresentou bons resultados financeiros, traduzidos num resultado líquido de cerca de 445 mil euros.

“Como é que dois dirigentes pedem uma intervenção da Caixa central sem antes haver uma discussão entre os órgãos sociais da caixa e o seu órgão magno, que é a assembleia-geral?”, questionou o empresário, garantindo que não abdicaria de saber “porque é que a caixa está intervencionada”.

Como as respostas sobre esta questão não surgiram, Lopes disse não se rever em “dirigentes que têm este tipo de atitudes” e, apesar de invocar a amizade que mantém com Carlos Mendes, endureceu ainda mais o discurso sobre o comportamento daquele que é também um dos seu vice-presidentes na Assembleia Municipal (AM) de Oliveira do Hospital.

“Senhor Carlos Mendes, não esperava isso de si…o senhor é o presidente da caixa, não é o dono da caixa”, observou.

Mas a maior polémica ainda estaria para vir, depois de aquele associado da CCAM ter garantido que iria “limpar” todas as contas que tem na instituição. “Como fiz na Câmara, contem comigo para repor a legalidade aqui dentro”, referiu o conhecido empresário e presidente da AM.

Quem entretanto veio pôr água na fervura foi o sócio número um e vice-presidente da mesa da assembleia-geral da CCAM, Vasco Figueiras, que pediu a António Lopes para “reflectir um bocadinho melhor” relativamente à sua intenção de limpar as contas, “dadas as consequências para a caixa”.

“Não aceito que dois dos responsáveis desta casa não nos digam porque é que tomaram uma atitude tão grave”, sentenciou António Lopes, prometendo no entanto ponderar sobre a sua intenção de retirar as contas da CCAM. “Mas fica aqui a manifestação de vontade”, sublinhou.

Alegando ter “responsabilidades no concelho”, Lopes explicou ainda à assembleia que veio várias vezes a Oliveira do Hospital para tentar encontrar uma solução de “unidade” com vista a evitar o momento de turbulência que a caixa tem estado a passar em consequência das eleições internas, e até garantiu que, apesar de o “conotarem com a lista A” – encabeçada por Carlos Oliveira –, exerceu o seu direito de voto de forma curiosa: “três votos na lista A e três na lista B”, revelou.

Muito criticado por outros sócios da CCAM – houve quem chegasse a pedir a sua cabeça –, Carlos Mendes optou por uma postura de silêncio e garantiu que o presidente da assembleia-geral era conhecedor da carta, que os associados ficaram sem conhecer.

De resto, Mendes foi telegráfico: “a verdade virá a esta sala um dia”, disse.

Esta é uma polémica que o correiodabeiraserra.com desenvolverá em próximos blocos informativos.

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