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“Vamos ter todos que nos revoltar e dizer que não…”

… no ataque que está a ser feito à Educação e que em Oliveira do Hospital se traduz na criação de um único mega agrupamento.

“Vamos ter que nos revoltar e dizer que não”. A afirmação foi proferida há instantes por José Carlos Alexandrino quando, no arranque da palestra “25 de abril: Revolução ou Evolução”, lamentou que 39 anos após a revolução dos cravos se assista a um atentado a tudo o que foram as conquistas de abril.

Em concreto, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital referiu os ataques perpetrados nas áreas do poder local, educação, justiça e saúde, notando por exemplo, que “o 25 de abril não foi feito para haver saúde e justiça para ricos e saúde e justiça para pobres”.

“Conheço pessoas de Oliveira do Hospital que estão presas por não terem entregue 25 mil euros às finanças e há quem roube muitos mil milhões e estão soltos”, exemplificou também o autarca que, entre o conjunto de ataques que estão a acontecer numa “democracia musculada”, preferiu centrar atenções ao que está a acontecer na área da Educação e que em Oliveira do Hospital está longe de ser consensual.

Em causa está a decisão de constituição de um único mega agrupamento educativo. Um processo negociado diretamente entre a autarquia a Direção Regional de Educação do Centro, mas cujo resultado não colhe a aceitação do executivo municipal que não amolece nas críticas que dirige à então responsável máxima daquela estrutura regional e atual candidata pelo PSD ao município oliveirense.

“Houve alguém que era responsável e que, em dezembro, disse que vinha acabar com as capelas. Essas pessoas só vêem a sigla político-partidária porque não fizeram o mesmo no Fundão e Cantanhede e ainda na escola de Coimbra onde Cristina Oliveira pertence ao quadro  e onde o marido é o diretor? Só se percebe porque são câmaras do PSD e demonstra que a diretora regional é sectária politicamente”, reage José Carlos Alexandrino, lamentando que afinal o que “era bom para Oliveira do Hospital, era mau noutros concelhos com o mesmo número de alunos”. Para o autarca está em causa um “atentado à educação e à falta de igualdades”, pelo que esta tarde chegou mesmo a apelar à “revolta” porque “o 25 de abril não foi feito para isto”.

Governo “teme perigo” de nova revolução

José Carlos Alexandrino falava assim numa palestra que sentou à mesma mesa o coronel Otelo Saraiva de Carvalho e o historiador Luís Reis Torgal numa palestra organizada pela área disciplinar de História da Escola Secundária de Oliveira do Hospital. No ano em que se comemoram os 39 anos da revolução do 25 de abril, o sentimento é generalizado.

“Não foi para isto que foi feito o 25 de abril”, constatou aquele que em 1974 foi o estratega da revolução e que, perante o estado atual do país, admite que uma nova revolução possa estar para chegar. Uma percepção que, está certo, também é tida pelo governo que “tem vindo a descaracterizar o serviço militar”.

“Eram 230 mil homens em 1974 e hoje contam-se 30 mil militares”, observa Otelo Saraiva de Carvalho que encara a descaracterização militar como “sintoma de que o governo teme o perigo de que as forças armadas, em representação do povo, possam chegar à situação de derrubar o poder”.

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