Em jeito de despedida do lugar de vereadora da oposição (PS) que ocupou durante quatro anos, Maria José Freixinho foi à última reunião do cessante executivo camarário – teve lugar no dia 27 de Outubro – apresentar uma espécie de reflexão sobre o trabalho realizado e os momentos vividos.
Sem conseguir estabelecer uma rígida separação entre os domínios pessoal e o trabalho político, a vereadora recuou ao acto eleitoral de 2005 para lembrar que a própria, apesar de ter ocupado a quinta posição na vereação, foi a segunda candidata mais votada.
Por este mesmo motivo, Freixinho não deixou de manifestar o seu descontentamento pelo “sentimento de desconfiança” da maioria PSD em relação aos “elementos da vereação da dita oposição”.
E na declaração apresentada na última reunião do executivo não hesitou em apontar o dedo ao facto de o então presidente da Câmara nunca ter apresentado a vereadora “estreante”, aos funcionários da autarquia e, de nunca lhe ter proporcionado uma visita guiada pelo edifício.
“Expectava por um acolhimento, abertura e solidariedade que rapidamente percebi não fazer parte da cultura do executivo em permanência, sobretudo do senhor presidente da Câmara”, declarou, identificando o primeiro sinal de “autismo” do executivo em permanência, aquando da recusa na cedência de um gabinete aos vereadores socialistas. Da mesma forma, aponta o dedo à falta de entrega de documentação alusiva a legislação e procedimentos básicos.
“O desfecho eleitoral autárquico do passado dia 11 de Outubro é a resposta dos oliveirenses em relação ao rumo que pretendem ver implementado no concelho”
Sem deixar de enumerar os contributos que deu para o tratamento dos “mais elementares assuntos” e para “grandes desígnios” – “ESTGOH, ninho de empresas, incentivos aos investimento empresarial, PDM, central de camionagem (…), referiu – Maria José Freixinho lembrou que também ela se congratulou com o que de positivo era feito no concelho.
Recusou-se, contudo, a fazer uso daquela reunião para apreciar o trabalho feito pela maioria PSD, entendendo que o “desfecho eleitoral autárquico do passado dia 11 de Outubro é a resposta dos oliveirense em relação ao rumo que pretendem ver implementado no concelho”.
Com os últimos quatro anos bem presentes na memória – também marcados, como recordou, pelo nascimento de uma filha e o falecimento de dois familiares – Maria José Freixinho deu conta do “constante movimento” que marca a vida humana.
Quando terminava o mandato autárquico, a vereadora cessante recordou os estados de espírito com que cumpriu com a sua tarefa e mostrou-se “grata” pela lição que recebeu “com humildade pessoal e democrática”. Garantiu ainda, estar disposta para “pugnar activamente, enquanto cidadã e munícipe, por um concelho cada vez melhor”.
Aos novos eleitos para o executivo municipal, Freixinho deixou votos de “maiores felicidades”. Aos elementos do novo executivo em permanência desejou que “nunca lhes falte a coragem para mudar” e que “Oliveira do Hospital tenha sempre futuro”.