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“Temos aqui um Plano e Orçamento para as suas necessidades político-partidárias”

… S. Paio de Gramaços e Ervedal da Beira, votaram a favor – e três abstenções da bancada da CDU as Grandes Opções do Plano (GOP) para o quadriénio 2009/2012 e o Orçamento da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital (CMOH) para 2009 , foram este sábado aprovados, por maioria, na última sessão do ano da assembleia municipal.

“Há aqui obras que deveriam ter sido feitas em anos anteriores… o senhor tem andado a adiar obras consoante o seu interesse político e pessoal. Temos aqui um Plano e Orçamento para as suas necessidades político-partidárias”, sentenciou o deputado do PS, Carlos Maia, justificando assim o seu sentido de voto.

No tom crítico que lhe é conhecido, aquele que é um dos principais pivôs do PS na assembleia municipal, acusou ainda o presidente da câmara de “não querer fazer nada” relativamente ao desenvolvimento empresarial do concelho. “Chega um empresário a Oliveira do Hospital e o senhor manda-o embora porque não tem onde o instalar. Vão para Nelas, Arganil e Carregal do Sal, afirmou Maia, apontando a inexistência de espaços de localização empresarial no concelho e o caso do Pólo Industrial da Cordinha que, conforme referiu, “agora é um estaleiro de obras”.

Deputado da CDU reivindica construção de piscinas em Ervedal da Beira

Da bancada da CDU, João Dinis que se congratulou perante a obra em curso da recuperação da Estrada entre Oliveira do Hospital e Felgueira Velha, lamentou que as GOP não tenham contemplado a construção de umas piscinas junto à EB 1,2,3 da Cordinha, frisando que, no seu entender, aquela obra “não é um luxo”.

De resto, o autarca comunista criticou o facto de o “belo e nobre vale do Mondego continuar a estar semi-abandonado” e “com plantações de eucaliptos e extracção de areias ilegais”.

Alegando não compreender também como é que o Castro do Vieiro – um vestígio arqueológico com cerca de 3 mil anos – não tem merecido a atenção do executivo camarário, o presidente da junta de freguesia de Vila Franca da Beira salientou que “o património do concelho não é só a Bobadela”.

O deputado municipal do PS, Rodrigues Gonçalves, considerou lamentável que no final do próximo ano a taxa de execução dos investimentos previstos fique entre os “50 a 60 por cento”, e insurgiu-se contra o facto de a estação central de camionagem ser uma obra “que já vem do século passado”.

 PSD aplaude investimentos do executivo camarário

Da bancada do PSD, João Esteves manifestou-se contente com a linha de rumo traçada pelo executivo de Mário Alves e destacou – entre outras obras – a construção da biblioteca municipal, os investimentos na educação e o projecto “Oliveira online”, como exemplos de realizações que agradam aos deputados sociais-democratas.

Para Carlos Teixeira da Rocha, do PSD, os documentos apresentados em assembleia “estão em linha com a actuação do executivo ao longo do seu mandato”. Apesar de admitir que a câmara municipal “podia ir mais longe, sobretudo, em ano de eleições”, Rocha disse que tal não aconteceu “em nome do equilíbrio financeiro”.

“Tem obras estruturantes para o concelho”

O autarca da CDU que governa Meruge, também não criou ondas, quanto ao Plano apresentado pelo município. “Parece-me coerente, realista e tem obras estruturantes para o concelho… não tem obras faraónicas”, considerou João Abreu.

Aquele deputado municipal, criticou no entanto o facto de a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Meruge não constar dos planos da câmara para 2009. “Temos fossas sépticas a debitar directamente para o rio”, denunciou Abreu.

“É pena que o Governo não faça o que lhe compete relativamente à ESTGOH”

Para Mário Alves, “há muita coisa que não consta do Plano, porque não há condições objectivas”. Relativamente à taxa de execução do plano entre “50 a 60 por cento”, Alves argumentou que “isso não é novo”, respondendo a Rodrigues Gonçalves que o próprio PS – quando governou a autarquia, com César Oliveira – também teve a mesma prática. “O senhor quer que lhe vá buscar os planos do antigamente”, perguntou Alves ao deputado do PS.

Quanto à intervenção de Carlos Maia, que acusou o autarca do PSD de estar a planear obras em função de “necessidades político-partidárias”, Alves reagiu, alegando que aquele deputado socialista estava a fazer “insinuações inqualificáveis”. “Aqui faz-se política do concelho”, notou o presidente da CMOH.

Sobre as futuras instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), Alves disse que “é pena que o Governo não faça o que lhe compete relativamente à ESTGOH” e desafiou mesmo o PS a sensibilizar o Governo para que esta questão “urgente” possa ser resolvida.

O executivo camarário prevê gastar este Orçamento de 25.819.650,00 milhões de euros da seguinte forma: 10.959.150,00 € em despesas correntes do município e 14.86.500,00 € nas chamadas despesas de capital, que normalmente estão associadas ao investimento.

A principal fatia do Orçamento, que conta com um empréstimo de 5 milhões de euros contraído no início do ano pela CMOH junto da Caixa Geral de Depósitos, está destinada ao chamado programa das comunicações e transportes, onde as obras mais onerosas são as empreitadas de beneficiação/rectificação das estradas entre Oliveira do Hospital/Felgueira Velha e Lagares da Beira/ Meruge, assim como o troço III que liga Aldeia das Dez a Vale de Maceira, num total de 3 milhões de euros.

A Estação Central de Camionagem, inscrita nas GOP desde 2001, tem uma verba inscrita de 145 mil euros. Outro “sorvedouro” do Orçamento, prende-se com a requalificação urbanística do largo Ribeiro do Amaral – local onde está a ser implantado um silo automóvel com capacidade para cerca de 70 lugares de estacionamento – e de algumas das principais artérias da cidade.

Para este projecto, em 2009, a previsão de investimento cifra-se em 1 milhão e 900 mil euros. Já na área da educação, as estimativas do município apontam para um valor de 1 milhão e 210 mil euros.

Na rubrica “Cultura, Desporto e Tempos Livres”, a principal aposta – propalada há vários anos – volta a ser a construção da biblioteca municipal de Oliveira do Hospital, com 500 mil euros previstos em Orçamento para o projecto e execução e mais 100 mil euros destinados à aquisição da casa dos magistrados.

No sector empresarial, vem aí aquilo que a CMOH designa como “Espaço Para Incubação de Empresas”. O arrendamento do edifício – o executivo camarário ainda não divulgou nada de concreto sobre este assunto – tem um custo inscrito em Orçamento de 25 mil euros/ano, acrescido de mais 75 mil euros para obras de adaptação.

Para o lançamento deste espaço, o executivo chefiado por Mário Alves inscreveu uma verba, para o próximo ano, de cerca de 150 mil euros.

Na edição impressa de amanhã, terça-feira, o Correio da Beira Serra fará uma actualização a esta notícia, com especial destaque para a troca de mimos que ocorreu na assembleia municipal entre o deputado do PS, José Carlos Alexandrino, e o presidente da câmara

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